Cristo de All Star é um blog feito por cristãos que procuram expressar seus sentimentos, pensamentos, experiências e sonhos através da poesia.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Ele e a flor

 Viu ele uma flor no jardim.
Era bela, mais bela do que jamais vira antes.
O que ele faria?
Não poderia deixar ela ali sozinha.
Fitou-a por um instante.

Pensou:
“Eu com minhas mãos de brutamontes,
Se tocá-la irei matá-la.”
Se tomasse-a para si,
O jardineiro poderia ver.
Infelizmente ele não sabia correr.
Daquele jardineiro não dava pra correr.

Mas o que faço?
Olho, cheiro, assopro, tiro uma foto?
Sonho com ela pelo resto de minha vida?
Ou a roupo e ponho em risco a minha vida?

Desesperado ele entrou em parafuso,
E em toda aquela aflição seus passos já faziam estrondo,
Alguém tocou seu ombro,
Era o jardineiro a sorrir.
(digo sorrir porque sou o narrador)
Mas ele nem se quer ousou,
Olhar para o rosto daquele Senhor.

Se prostou e gritou:
“Não queria roubá-la meu bom Jardineiro!
Só passava por aqui e...”
“Tudo bem meu guri”
Interrompeu o Jardineiro.
“Só que se você arrancá-la daí, eu te arrancarei primeiro”
“Cuide dela, não lhe furtes o que não lhe é de direito!”
Assim prosseguiu o Jardineiro.

 Essa flor enfeitaria algum vaso de um castelo;
Essa flor repousaria sobre a guirlanda de uma princesa;
Essa flor seria posta sobre a mesa se ele a deixasse ai.
Por isso cuida dela, e a vê sorrir.
Vive a cada dia sabendo
Que é a escolha é do Jardineiro, destiná-la ou não para aquele guri.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

De volta a Mim Mesmo

 Tomado o barco que levaria-me fora de mim,
fui assim levado.
 Num imenso oceano de desilusão fui plantado.
 Naufragado ser que era,
mas simplesmente não afundava.
 Continuei como cadáver vivo,
 Ouvindo histórias de baleias,
 Perseguindo a cauda das sereias.

 Enfim naufraguei em um lugar melhor,
terra firme em terra minha.
 E lá estava o velho castelo chamado Mim Mesmo.

 Paredes da Emoção arranhadas,
 Quartos entulhados de traumas, gelo cobrindo a força central.
 Risadas e brincadeiras da infância,
esquecidas em um lugar qualquer.
 E num canto um baú,
que simplesmente esqueci.
 Nele o Martelo,
que não serve pra reparar barcos da Independência,
mas o castelo destruído.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

E assim vivo

Dependência se torna algo comum, não sei como.
Se torna algo necessário.
Dias sem comer, dias sem beber, por estar de cama.
Dependo de alguém.
Dias sendo feliz, logo depois,
Dias sendo triste.
Foi por alguém. Por causa de alguém.
Eu, sendo feliz, mesmo sozinha, não dependo de ninguém.
Mas eu sendo feliz com alguém, dependo deste.
Um dia fui triste, hoje sou feliz,
Mas não dependo de ninguém.
Tristeza vem, tristeza vai, e eu aqui, em busca de um caminho certo,
De uma decisão certa.
Vivo a luta da carne contra o Espírito.
Luto contra mim mesma, que vive a insistência de decidir algo melhor.
Mas também vivo na insistência de que o erro me corrói a cada momento.
Ah, o que seria de mim se cada acerto fosse uma prova de boa existência?
Não tenho nada, não sou nada.
O que me resta, amigo, é ser feliz ao lado de quem amo.
Ao lado de quem muito quero bem!
Ao lado de quem me trás um supremo sorriso que encanta meus dias.
Ao lado das obras de Deus, doando-me sempre.

domingo, 15 de maio de 2011

Onde estás?


Deus, onde estás?
Eu te procuro em meio ao silêncio da noite
Eu te procuro em meio a multidão
Te procuro até onde não posso enxergar.

Deus, onde estás?
Eu te procuro em cada sorriso, em cada olhar.

Deus, onde estás?
Talvez no lugar mais improvável de se estar
Por que habitas aqui?
E quase desistindo de te procurar
Eu olho para dentro de mim,
E encontro no meu peito teu fôlego de vida
No meu coração, pulsa tua vida,
E em cada batida, é lá que tu estás.

sábado, 14 de maio de 2011

Poesia Baleira

Eu não quero ter que dormir, pensando no meu erro
Eu não quero acordar e saber, que estou fora do caminho
Quero me sentir aquecido todo dia
E saber que minhas vaidades não vão me sustentar
Eu não quero viver todos os dias, deixando tudo para o próximo
Eu não quero ser mais um iludido, nessa escola de ilusões chamada terra
Quero saber que sou dependente,
Dependente do amor de Deus.
Acenar pra vida, e poder dizer que fui feliz
Abraçar a paz, como minha melhor amiga
Inspirar e respirar um ar puro de vida!

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Uma pessoa esperada, um lugar para se estar...

Ela vem por entre os montes, vem devagar, pois não apressa-se em adiantar os eventos. Vem montada sobre um cavalo branco, que só não é mais alvo que o vestido que a donzela se veste, vestido este que de longe brilha no meio dos campos de belas flores. 

Eu posso sentir um deleitável aroma exalado no ar, tal aroma vem soprado pela brisa, que faz meu olfato apaixonar-se e dobrar-se diante de tão sublime perfume. Talvez fosse o cheiro das flores, mas as flores não tem cheiro tão nobre como o que penetra em mim, ao ponto de adoçar meu coração. Eu sei que o perfume que vem é o dela, mais suave que o vinho que escoa pelas taças de cristal.

Apesar de longe, posso avistá-la ao horizonte, passando por entre os jardins, por entre as fontes de água cristalina refrescando seu rosto, tomando frutos e alimentando-se para vigorar o espírito ao longo da viagem. Ela vem, posso sentir o pulsar de seu coração aproximando-se de mim.

Ela é a mais bela dentre as mulheres, não de beleza facial somente, mas de beleza de caráter que reflete na pureza dos olhos. Ela vem chegando, e quando chegar, será beijada com doces beijos apaixonantes, em que contemplaremos a dádiva do Criador - o amor puro e verdadeiro.

Tomá-la-ei pelas mãos e iremos cavalgar até estarmos face a face com o mar, sentados nas areias, contemplando a lua beijar as águas, que nos inspirará ao encontro apaixonante das belezas naturais. Ali nos deleitaremos até o fim dos dias no amor que nos faz um só.

Tudo isto é a a espera poética do meu coração, e no dela, eu sou o personagem.

Eduardo Carolino

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Fazer-Humano

Seres humanos?
Posso nos chamar assim?

Vejo que vendemo nossa humanidade por um preço muito barato.
Fazer-humano, melhor seríamos chamados, pois já não somos.
Valorizam-nos pelo o que fazemos, talvez pelo o que temos, mas é importante o que somos?

Uma corda puxa um balde com água,
Tem água dentro do balde,
Mas o que há dentro do poço?

 Somos o que somos pelo que fazemos?
 Ou fazemos o que fazemos pelo que somos?